Digitalização das operações fiscais e financeiras deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade
O varejo farmacêutico ocupa um lugar de destaque no cenário nacional, não apenas pelo volume de negócios movimentados, mas também pela complexidade que envolve sua gestão tributária. Poucos segmentos do varejo enfrentam um ambiente fiscal tão dinâmico e desafiador, marcado por constantes atualizações nas regras de tributação e frequentes alterações na classificação de medicamentos e produtos.
Com a proximidade da reforma tributária, que deve simplificar e unificar a cobrança de impostos, o setor precisa se preparar para lidar com um período de transição que promete ser ainda mais exigente que o cenário atual. A adaptação a novas alíquotas, regras de substituição tributária e mudanças no enquadramento de produtos exigirá a atenção das farmácias, que já convivem diariamente com a necessidade de cumprir normas fiscais específicas e manter a regularidade de suas operações em todas as esferas governamentais.
Diante desse cenário, a digitalização das operações fiscais e financeiras deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade. Em 2019, antes da pandemia, as vendas digitais representavam 1,4% do faturamento total das farmácias. Até novembro de 2022, essa participação aumentou para 4,7%, totalizando R$3,46 bilhões em receita online, um aumento de 36,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
Essa movimentação sinaliza que, para continuar competitivo, o varejo farmacêutico precisa incorporar ferramentas que automatizam processos e ofereçam segurança fiscal em tempo real.
Soluções de gestão tributária integradas ao sistema de gestão empresarial (ERP) têm desempenhado um papel fundamental nessa jornada. Além de automatizar rotinas como emissão de notas fiscais eletrônicas, cálculo de tributos e armazenamento de documentos, esses sistemas centralizam e cruzam informações financeiras, fiscais e operacionais, permitindo uma visão completa e atualizada da operação.
Outro ponto relevante é a capacidade desses softwares em acompanhar e incorporar rapidamente às mudanças na legislação, ajustando regras de tributação e classificações fiscais de acordo com as exigências dos órgãos responsáveis. Essa agilidade evita erros que poderiam resultar em autuações, pagamento de tributos a maior ou a menor, e dificuldades em operações interestaduais, comuns no setor.
Para farmácias e drogarias que operam com diferentes unidades ou que integram marketplaces e canais digitais, a unificação dos dados fiscais é estratégica. Ela permite acompanhar de forma segura a performance de cada ponto de venda, manter a regularidade fiscal em diferentes estados e otimizar o planejamento tributário, essencial em um segmento com margens de lucro estreitas e alta competitividade.
Ao investir em soluções tecnológicas robustas e específicas para o setor, o varejo farmacêutico não apenas reduz riscos fiscais e operacionais, mas também ganha eficiência e inteligência de gestão. Mais do que cumprir obrigações, a tecnologia permite transformar a gestão tributária em vantagem competitiva — fator decisivo em um mercado cada vez mais regulado, digital e exigente.
*Bernardo Craveiro é é diretor executivo da vertical de Farma da Linx
Fonte: Linx