Farmácias lideram perdas no varejo por quebra operacional

Segundo pesquisa realizada pela Abrappe em parceria com a KPMG, segmento também encabeça ranking de furtos

As perdas no varejo acendem o sinal de alerta no mercado farmacêutico. Impulsionado pela onda de furtos de medicamentos de alto valor, como o Ozempic e similares, o setor teve aumento de 38,93% nas perdas totais e 29,02% nos furtos no ano passado em relação a 2023. É o que apontou a oitava edição da pesquisa de prevenção de perdas conduzida pela Abrappe em parceria com a KPMG.

Outro indicador preocupante refere-se às perdas por quebra operacional, que representam 65,21% das ocorrências do gênero nas farmácias e acontecem devido a erros de manuseio, armazenamento inadequado, avarias, validade expirada, ruptura ou furtos internos e externos. É o maior percentual entre os 17 segmentos do varejo analisados no estudo.

A comparação anual reforça o avanço desse problema. Em 2023, as perdas correspondiam a 0,90% do faturamento das farmácias, o que posicionou o setor na 14ª colocação do ranking. Em 2024, o índice subiu para 1,25% e o canal farma saltou para o 8º lugar, “Esses resultados refletem a onda de furtos de medicamentos, mas também são oriundos de outras causas como o aumento de fraudes em caixas registradoras e a menor eficiência nos processos”, argumenta o presidente da Abrappe, Carlos Eduardo Santos.

Perdas no varejo por segmento
(% sobre o faturamento)

Fontes: Abrappe/KPMG

Perdas no varejo também revelam má gestão

As perdas no varejo também escancaram carências na gestão do estoque. Em relação às quebras operacionais, a perda por vencimento lidera o ranking, com 38,42% das ocorrências, seguida de produto danificado na loja (20,33%) e perecibilidade/deterioração (16,93%).

Nas farmácias, a perda por vencimento tem como principal causa o excesso nas compras (45,33%) e falhas na adoção do PVP (29,72%), como é chamado o método que prioriza a venda ou uso de produtos com a data de validade mais próxima.

Perdas no e-commerce

Considerando que 90% das farmácias participantes da pesquisa operam via e-commerce, a divergência de estoque do sistema com o físico é a principal fonte de perdas no controle das vendas digitais.

O levantamento avaliou ainda motivações que levaram ao cancelamento da compra nas farmácias. A indisponibilidade do produto foi a campeã de ocorrências.

O que motivou o cancelamento da compra nas farmácias?
“O varejo está em constante transformação e impõe cuidados redobrados com a prevenção de perdas. A adoção de tecnologias, utilização mais frequente de ferramentas de IA e a constância no treinamento das equipes são decisivas para mitigar riscos e reduzir impactos financeiros”, finaliza Santos.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/farmacias-lideram-perdas-no-varejo-por-quebra-operacional/

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