A trilha de conhecimento Social Selling & o Impacto dos Influenciadores no Varejo teve a liderança da fundadora da SaudaBe, Bruna Pavão, que recebeu: Daniela Aguiar, da Cimed; Michelle Tsufa, da Stanley; e Leonardo Jorge Diniz, Drogaria Iguatemi
O Latam Retail Show 2024 aconteceu nos dias 17, 18 e 19 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), este é o mais relevante evento de varejo e consumo da América Latina. São cerca de dez mil visitantes, dois mil congressistas, mais de 200 palestrantes e mais de 100 expositores.
Ao longo dos anos, passou por diversas mudanças, se reinventou e oferece hoje uma plataforma abrangente de conhecimento, inovação e networking para profissionais do varejo e consumo. Tudo isso faz com que o Latam Retail Show seja um verdadeiro lugar de inovação, que reúne os principais players do mercado para discutir tendências, compartilhar conhecimento e impulsionar o progresso do varejo na região.
O grande tema na nona edição foi “Beyond Retail Reality”, que explorou horizontes transcontinentais e perspectivas inovadoras, elevando o setor a novos patamares.
As trilhas de conteúdo gratuitas incluíram tópicos como Customer Experience, ESG no futuro do varejo, food service, moda, e AI generativa. Além disso, o evento apresentou dez pesquisas inéditas, oferecendo dados e análises atualizadas que podem ajudar a moldar as estratégias dos negócios no setor.
SaudaBe tem trilha de conteúdo exclusiva
As trilhas de conteúdo foram cuidadosamente elaboradas para abordar os temas mais relevantes e atuais do setor. Cada uma delas proporciona aprendizado e insights estratégicos para os participantes. Foram elas:
- Beyond Retail Technology: esta trilha se concentrou em como as empresas podem se adaptar e prosperar na revolução digital. Explorou o potencial das tecnologias emergentes para transformar os negócios dentro e fora do varejo;
- Beyond Consumer Behaviors: nesta trilha, os participantes mergulharam nas tendências que estão redefinindo a experiência do cliente. Aprenderam como se antecipar às necessidades dos consumidores e entregar experiências que superem suas expectativas;
- Beyond Local Challenges: esta seção, por sua vez, ofereceu uma perspectiva global sobre os desafios do varejo e como transformá-los em oportunidades. Ela explorou a importância de ter uma visão abrangente do que acontece no Brasil e no mundo, bem como em outros setores.
A SaudaBe fez parte da trilha Beyond Retail Technology, liderada pela founder da empresa Bruna Pavão, que coordenou a apresentação de tema: Social Selling & o Impacto dos Influenciadores no Varejo. Para este painel, Bruna convidou: Daniela Aguiar, gerente de marketing de produtos sênior de Carmed, da Cimed; Michelle Tsufa Costa, diretora executiva comercial LATAM da Stanley; e Leonardo Jorge Diniz, sócio diretor membro do Conselho do Grupo DI (Drogaria Iguatemi).
Bruna abriu o debate explicando o conceito de social selling, que nada mais é do que a forma como as marcas se relaciona com os consumidores, criando uma comunidade que compartilha ideias, valores, estilo de vida, garantindo uma conexão real, que é vender valor.
Ela apresentou ainda alguns números da Statista, que impressionam. Em 2020, o Brasil tinha 1,5 bilhão de usuários de comunidades digitais, mas a perspectiva para 2025 é que esse número atinja 1,8 bilhão, ou seja, um crescimento expressivo.
“Empresas que investem em comunidades digitais têm uma probabilidade três vezes maior de superar seus concorrentes, isso porque essas comunidades permitem que as empresas obtenham feedback constante dos clientes, entendam as tendências de mercado, criem produtos e serviços e gerem insights valiosos para a tomada de decisão. Além disso, há um menor investimento em marketing. A própria comunidade é geradora de conteúdo”, disse a especialista.
Durante sua fala, Bruna mostrou quatro pilares para implementação do social selling. São eles:
- Social Listening: acompanhamento das conversas e interações nas redes sociais para entender o que o público-alvo está discutindo, quais são as suas necessidades e como agregar valor;
- Branding: posicionamento como especialista no assunto demonstrando confiança e credibilidade através da Brand ID;
- Content Media: construção de conteúdo relevante e presença ativa nas redes sociais, sendo representado principalmente pelo marketing de influência;
- Building Relationships: construção de relacionamento de longo prazo com consumidores da marca. Pode envolver desde responder dúvidas, enviar mensagens personalizadas, garantir presença constante.
“É muito importante lembrar que o marketing de influência é o fio condutor do social selling”.
Dentro do marketing de influência existem algumas modalidades:
UGC
- Usuários Geradores de Conteúdo (User Generated Content);
- Usuários comuns com base de menos de 100 seguidores;
- Mais autêntico e confiável do que o conteúdo criado pelas próprias marcas. Gerando humanização.
Creators
- Autoria e criatividade;
- Há personalidade e marca registrada própria no que fazem;
- Possui base de seguidores leais e engajados que se identificam com o creator;
- Trabalham com nichos específicos, mesmo que não sejam tradicionalmente reconhecidos como “influenciadores”.
Influencers
- Influenciam opiniões, comportamentos e decisões de compra de seus seguidores;
- Criam comunidades;
- São categorizados em: nano, micro, intermediários, macro e mega.
Professional
- Profissionais técnicos;
- Possuem credibilidade e endosso para alavancar a confiança do consumidor na marca.
“A escolha mais assertiva depende do momento que a marca está e o perfil do influenciador”
De acordo com dados Nielsen, o Brasil tem mais de 10,5 milhõesde influenciadores, que movimentam marcas, plataformas e investidores em um verdadeiro ecossistema de negócios que vai muito além do “publi”; e 75% dos jovens brasileiros têm interesse em ser influenciador. Entre os motivos apontados para essa motivação estão: estilo de vida e questão financeira.
Stanley está onde as pessoas estão celebrando
Na sequência, o público pode acompanhar a apresentação da diretora executiva comercial LATAM da Stanley, Michelle Tsufa Costa.
A Stanley cresceu 700% nos últimos três anos. “A Stanley tem haters ou lovers, não há um meio termo. E todos os tipos de ‘tribos’ podem ser consumidores da marca. Observamos no Sul, os que gostam de mate; em São Paulo, os ‘Faria Limers’; no Centro-Oeste, os que gostam de sertanejo; no Norte, os que praticam corrida; e a Stanley está onde eles estão. Todo dia tem um desafio novo.”
Ela enfatizou que tudo o que foi feito até hoje não levará a empresa à frente. O shopper é muito diferente e muda a cada dia, principalmente depois da pandemia provocada pelo Covid-19. Por isso, é preciso entender quem é esse consumidor para levar o recado correto.
“Ter um copo Stanley não é mais uma ‘modinha’, é a certeza de que você tomará sua bebida, na temperatura que você deseja, gelada ou quente, na hora que você quiser.”
A marca percebeu que estava distante da comunidade do Instagram e decidiu fazer parte dos principais shows, festivais e do Carnaval, sempre onde as pessoas estão celebrando juntas.
“O consumidor está tanto no varejo físico quanto no digital. Para eu estar no dia a dia dele, me tornar comum para ele, eu preciso estar no varejo. O consumidor compra no digital, mas ele está muito presente no físico, não preciso estar em todos os lugares, porque isso cansa, mas tenho de estar onde o consumidor se sente à vontade para comprar e é ele que escolhe o canal.”
Michelle disse que a marca trabalha promoções, ativações e mix de forma totalmente diferente para o digital e para o físico. “Eu vendo um produto de garantia vitalícia, então como eu faço esse consumidor entender que eu sou muito mais que um copo para ele beber a cerveja dele? Como é que eu vou estar na hidratação dele? No momento que ele vai deitar e quer tomar um copo d’água? Como vou estar no café da manhã dele, no café do escritório, na mochila, no on the go, no almoço, no brinde, no churrasco? Acaba que quando se fala em qualidade e na experiência com alimentos e bebidas, a escolha é pela marca Stanley. Essa é nossa missão.”
Drogaria Iguatemi: a complexidade de representar mais de mil marcas
Leonardo Diniz Jorge, sócio diretor membro do Conselho do Grupo DI pontuou que a marca acredita que ‘bem é diferente de bom’ e a palavra ‘bem’ faz parte de todas as marcas do grupo. “Bem-estar é um estilo de vida, as pessoas não olham mais só para a saúde.”
Ele explicou que a Drogaria Iguatemi é uma loja multimarcas, ela representa mais de mil marcas dentro de um mesmo estabelecimento, por isso, é preciso aprimorar o social selling, entender quem tem proximidade, quem vai consumir, o que diz o órgão regulador e o que está dentro de um contexto de luxo.
“Temos o prazer de investir em marcas nativas digitais, que passaram a levar pessoas para as lojas. Como exemplos, ele citou: Skelt, Haorama e Ollie”.
O empresário lembrou a importância de representar o canal farma dentro do Latam Retail Show. “Depois da pandemia, as pessoas querem se cuidar mais, por isso, a drogaria começa a se inserir mais em contextos de consumo que não é só remédio, mas que tem o viés da saúde e do bem-estar. Nossa marca não carrega a cruz vermelha e nossas lojas não cheiram remédio.”
Quando se tem na operação produtos que não são medicamentos, tudo fica um pouco mais difícil. “São mais de mil fornecedores, é preciso dar prioridade, saber para que caminho a farmácia quer ir, isso é uma liderança, não dá para fazer o que todo mundo faz, é preciso se posicionar e se posicionar muitas vezes envolve uma quebra de paradigmas e foi isso que vivemos hoje, uma drogaria vir a um evento falar de social selling.”
Carmed: o sem querer que explodiu!
Por fim, a gerente de marketing de produtos sênior de Carmed, da Cimed, Daniela Aguiar, contou como aconteceu a primeira collab da marca que é um verdadeiro sucesso nas redes sociais, com a Fini.
“A Fini queria ter uma entrada no canal farma, nas farmácias independentes, especificamente, o que era uma lacuna para eles, e em conversa com a Cimed fechou uma collab. Eles podiam ter escolhido qualquer outra marca da empresa, que tivesse mais sucesso, como uma linha de suplementos, por exemplo, mas eles optaram por Carmed, que era muito pequena, cerca de 12% do share do mercado de hidratantes labiais. Agregamos tudo o que era apaixonante de Fini, em Carmed.”
Ela lembrou que o primeiro post foi orgânico, feito em um sábado à noite, sem pretensão alguma, pela influenciadora de moda, Livia, que é nora de João Adib e viralizou.
“Não tínhamos capacidade alguma de atender a demanda porque não esperávamos que o produto fosse ser procurado da forma como foi, gerando até uma escassez, o que despertou uma verdadeira ‘caça ao Carmed’ e as pessoas postavam essa jornada em suas redes pessoais. Como empresa, nos posicionamos e dissemos que não estávamos prontos para atender a demanda.”
A RD quis comprar todas as unidades e as farmácias começaram a fazer lista de espera. Hoje, a marca tem mais de 100 mil fã-clubes, atingiu 59% do mercado e passou a ser líder na categoria.
Ela lembrou ainda que o movimento Carmed levou um novo público para a farmácia, que é a geração Alpha e a Geração Z. E é justamente esse público que precisa de mais cuidado no engajamento, por isso, Karla Marques Felmanas, que é VP da Cimed e acabou se tornando uma grande influenciadora digital, é quem lida com as crianças e os adolescentes, ela tem, inclusive, um close-friends com os fãs da marca.
“Nós não fazemos conteúdo para crianças, apenas repostamos o que elas fazem”.
Fonte: assessoria de imprensa da SaudaBe