Estudo aponta conexão entre obesidade e doenças cardíacas em mulheres

As principais complicações cardiovasculares associadas à obesidade incluindo o infarto do miocárdio e a hipertensão arterial, estão diretamente relacionadas ao agravamento do risco de insuficiência cardíaca, criando um ciclo que compromete a saúde do coração

A obesidade, doença crônica reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é um dos principais fatores que influenciam o surgimento de doenças do coração, e a prevalência dessa condição em mulheres alerta para um grave risco de comprometimento da saúde cardiovascular e geral do público feminino. Dados da pesquisa sobre obesidade realizada pelo Instituto Datafolha a pedido da Novo Nordisk, revelaram que mais da metade das mulheres acima de 35 anos tem sobrepeso ou obesidade no Brasil, e representam 54% da população com essas condições no país.

Durante a menopausa, as alterações hormonais podem levar a um redirecionamento da distribuição de gordura, resultando em um aumento da gordura abdominal, o que por sua vez pode agravar essas disfunções, destacando a conexão entre múltiplos aspectos da saúde feminina.

As análises da pesquisa impactam ainda mais ao considerar a relação próxima entre o excesso de peso e as complicações do coração. Isso porque, a obesidade sobrecarrega o funcionamento do órgão e é capaz de alterar seu tamanho e estrutura, ocasionando um aumento da exigência do coração e dificultando o bombeamento sanguíneo. Para as mulheres, ainda que pouco reconhecidas e associadas a esse público, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 35% das mortes entre essa população no mundo, segundo a World Heart Federation (WHF) – Federação Mundial do Coração. 

Segundo Marcela Saturnino Caselato, endocrinologista e diretora médica da Novo Nordisk no Brasil, a obesidade e suas comorbidades correspondem a um dos maiores desafios da saúde, tanto no Brasil quanto globalmente, e impacta de maneira significativa a qualidade de vida e aumento da prevalência de doenças crônicas. A manifestação de uma doença relacionada ao coração em decorrência do excesso de peso é comum e merece acompanhamento, em especial ao público feminino, uma vez que os sintomas de infarto e angina, por exemplo, são diferentes para as mulheres e podem resultar em quadros minimizados e atendimento negligenciado.

Insuficiência cardíaca

As principais complicações cardiovasculares associadas à obesidade incluindo o infarto do miocárdio e a hipertensão arterial, estão diretamente relacionadas ao agravamento do risco de insuficiência cardíaca, criando um ciclo que compromete a saúde do coração. 

Nesse contexto, a obesidade é um fator-chave no desenvolvimento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP), o que pode ser comprovado tendo em vista que cerca de 80% das pessoas que possuem ICFEP, convivem com excesso de peso. Além disso, de acordo com o estudo GBD 2017, a prevalência de insuficiência cardíaca é maior em mulheres do que em homens, o que ressalta a necessidade de tratamentos direcionados que considerem as diferenças biológicas entre os sexos, visando uma abordagem mais eficaz no manejo da saúde cardiovascular.

Pesquisa sobre obesidade do Datafolha

Em agosto, a pesquisa do Datafolha encomendada pela Novo Nordisk revelou que a maioria dos brasileiros (59%) está acima do peso (24% com obesidade e 35% com sobrepeso), mas apenas 11% possuem diagnóstico médico confirmado. Ainda entre este público, 61% afirmam que possuem boa saúde e 42% não apontam qualquer condição de saúde relacionada ao excesso de peso.

No total da amostra, 72% dos brasileiros dizem estar satisfeitos com o próprio peso, mas que 63% dizem que gostariam de mudá-lo – 17% querem ganhar e 46% perder peso.

A pesquisa, que teve abrangência nacional, entrevistou 2.012 brasileiros com idade média de 43 anos. A amostra foi desenhada de forma representativa em termos de gênero, classe social e região do país, e conduzida para explorar as percepções dos brasileiros em relação ao sobrepeso e obesidade.

Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/estudo-aponta-conexao-entre-obesidade-e-doencas-cardiacas-em-mulheres/

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