Medicamentos e tratamentos com a tecnologia podem reduzir efeitos colaterais de quimioterapias, por exemplo
Invisíveis a olhos humanos e a microscópios ópticos, estruturas medidas por nanômetros são pequenas ao ponto de se compararem à proporção metro-lua. A acadêmica Giovanna Bingre, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, fala sobre a nanotecnologia na saúde, ciência que pode tornar tratamentos e diagnósticos mais eficientes.
De acordo com a acadêmica, os produtos que têm utilizado essa tecnologia estão relacionados ao tratamento de câncer, entretanto, ainda estão em fase de testes. “As expectativas para que funcionem são altas, tanto para que o tratamento consiga ser mais eficaz quanto para que ele aconteça sem causar tantos danos ao paciente”, avalia Giovanna.
Estudos sobre a radioterapia – processo utilizado no tratamento do câncer – têm se demonstrado eficiente quando associado à nanotecnologia. Esse tipo de tratamento, segundo a acadêmica, costuma provocar muitos efeitos colaterais como náuseas, fadiga e reações na pele, porque a radiação não consegue diferenciar as células cancerígenas das saudáveis. Diante desse problema, a utilização de um sistema baseado na nanotecnologia “marca” o tumor e faz com que a radiação seja mais seletiva, diminuindo muitos dos efeitos colaterais.
Giovanna conta que já existem fármacos usando nanotecnologia para tratar câncer através da quimioterapia. O primeiro a ser comercializado foi direcionado a pacientes com câncer no ovário; a tecnologia carrega a substância quimioterápica até a área afetada pela doença, potencializando o tratamento e reduzindo a dosagem da substância.
A acadêmica destaca que, além de ser utilizada contra o câncer, a nanotecnologia pode ser útil no tratamento de infecções por fungos e até em cosméticos. “Uma aplicação que você já deve ter tido contato, são os produtos que diminuem o tamanho da molécula de dióxido de titânio, que é um dos principais filtros solares, para escalas próximas a 100 nanômetros. Isso melhora a espalhabilidade, a eficácia e diminui aquele esbranquiçado que fica depois de passar o filtro.”
Fonte: https://jornal.usp.br/podcast/pilula-farmaceutica-112-nanotecnologia-pode-tornar-mais-eficazes-tratamentos-e-diagnosticos-de-doencas/