Brasil lidera a América Latina em penetração de analgésicos, com vantagem de mais de 25 pontos percentuais sobre outras categorias, a exemplo de vitaminas
O consumidor brasileiro se destaca por um comportamento reativo em relação à saúde, com maior propensão a buscar soluções pontuais do que adotar ações preventivas. É o que revela uma nova pesquisa da Worldpanel by Numerator, uma vez que o Brasil lidera a América Latina em penetração de analgésicos, com vantagem de mais de 25 pontos percentuais sobre outras categorias, a exemplo de vitaminas.
Hábitos de compra
Com base em hábitos de compra e autocuidado, o estudo classificou os brasileiros em três perfis: health actives (comprometidos com rotinas saudáveis), health moderates (moderadamente disciplinados) e health passives (pouco engajados).
No País, 45% da população pertence ao grupo mais passivo – percentual bem acima da média latino-americana de 30%.
“Isso ajuda a explicar o maior protagonismo dos analgésicos na cesta nacional e o menor peso de categorias preventivas, como as vitaminas, que têm mais destaque em mercados como Colômbia e Equador – países com população de perfil mais prevenido”, comenta Cynthia Guimarães, Gerente de Contas Jr. da Worldpanel by Numerator.
Mercado de OTC mostra avanço
Apesar disso, o mercado brasileiro de OTC (produtos isentos de prescrição médica) mostra avanço. Em 2024, 344 mil novos lares passaram a consumir a cesta, que hoje alcança 42 milhões de domicílios. O volume médio por compra aumentou 5,6%, cerca de 45 doses, e a frequência gira em torno de quatro compras anuais.
O canal Farma segue dominante nesse contexto, mas vem se tornando cada vez mais competitivo. A diversificação do canal – com destaque para Higiene & Beleza (53%) e até Alimentos & Bebidas (15%) – revela uma busca por conveniência e saudabilidade em um só local. O e-commerce é um meio relevante para essa categoria, especialmente entre os health actives, para quem o canal tem importância 28% superior à média.
Comportamento de compra do brasileiro
O comportamento do brasileiro também reflete a interdependência entre saúde física e mental. Embora 56% declarem sentir-se bem nas duas dimensões – em linha com a média latino-americana de 55% –, o País está à frente apenas de Chile (45%) e Argentina (39%) na região. Além disso, solidão, envelhecimento e aparência são preocupações com maior peso no Brasil do que em outros mercados da América Latina.
Um dado que ilustra bem essa preocupação é o uso de “canetas emagrecedoras”: 3% dos brasileiros afirmam utilizá-las para manter o peso, sendo que essa taxa é 86% maior entre os que declaram se preocupar com a aparência – fator que supera até questões como doenças hereditárias. “Trata-se de uma busca por soluções rápidas e sem esforço, o que reforça o perfil reativo já observado”, analisa Suéllenn Lopes, Gerente de Contas Jr. da Worldpanel by Numerator.
Fonte: Worldpanel by Numerator
Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/otc-volume-medio-por-compra-cresce-56/
