Como a má precificação ainda ameaça farmácias e como virar esse jogo

Métodos manuais, planilhas genéricas ou, pior, a intuição,  representam um risco direto à saúde financeira do negócio

No dia a dia corrido da gestão de uma farmácia, é fácil não perceber uma armadilha que, silenciosamente, reduz margens e enfraquece a competitividade: a precificação ineficiente. Com um portfólio de 5 a 6 mil SKUs, cada farmácia lida com milhares de preços que precisam ser ajustados em tempo real, de acordo com o comportamento do consumidor, ações da concorrência e variações do mercado. Ainda assim, muitos gestores seguem utilizando métodos manuais, planilhas genéricas ou, pior, a intuição. Esse modelo, que já foi aceitável no passado, hoje, representa um risco direto à saúde financeira do negócio.

A realidade é clara: quem ainda precifica com base em achismos está perdendo dinheiro e competitividade. Estratégias generalistas, como descontos fixos por categoria, se tornaram obsoletas.

Acertar o preço de apenas 30% dos produtos pode parecer pouco, mas é o que acontece com quem não adota ferramentas modernas de precificação. Nos outros 70%, os erros se traduzem em perda de margem, retração de vendas e distanciamento do consumidor.

A boa notícia é que já existem tecnologias acessíveis para mudar esse cenário. Soluções baseadas em inteligência de dados permitem entender o mercado local, acompanhar a concorrência em tempo real e ajustar preços de forma estratégica.

Algumas plataformas, como o Programa de Estratégias Competitivas (PEC), são exemplos de como é possível automatizar decisões com base em informações consolidadas, otimizando preços sem comprometer a rentabilidade.

Mas o ponto mais importante não é a ferramenta em si e, sim, a mudança de mentalidade. É preciso abandonar a confiança cega nos métodos antigos e abrir espaço para a análise de dados como parte do dia a dia da gestão. Isso significa profissionalizar a operação, entender o comportamento do consumidor com profundidade e tomar decisões mais inteligentes – do pricing ao relacionamento com o cliente.

O consumidor está mudando. A concorrência está evoluindo. E o mercado, cada vez mais dinâmico, não perdoa quem demora a reagir. Preço errado, hoje, não é apenas uma falha operacional – é uma brecha para que outro ocupe seu lugar.

Portanto, mais do que uma tendência, usar dados para precificar, fidelizar e crescer é uma necessidade.

E quem entende isso cedo, sai na frente.

Edison Tamascia é presidente Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e presidente da Administradora de Redes de Farmácias (Farmarcas)

Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/como-a-ma-precificacao-ainda-ameaca-farmacias/

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