Janeiro liderou o avanço, com variação de 8,4% frente ao mesmo mês de 2024
O faturamento das farmácias cresceu 5,5% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior. Houve evolução positiva em todos os meses. Os dados fazem parte do relatório produzido pela Rock Encantech, ecossistema de soluções para o varejo, que analisou 4 milhões de transações de vendas no período.
Janeiro liderou o avanço, atingindo uma variação de 8,4% frente ao mesmo mês de 2024. Embora março tenha apresentado uma variação mais moderada – 4,9% na comparação anual, o mês destacou-se pelo salto de 9,8% em relação a fevereiro, indicando a continuidade do ritmo acelerado.

Fonte: Rock Encantech Motores de crescimento do faturamento das farmácias
O faturamento das farmácias no primeiro trimestre teve como impulso um cenário favorável à proliferação de doenças respiratórias, viroses e enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya.
“Esse cenário, aliado ao período de férias e às aglomerações no carnaval, intensificaram a demanda por medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e antimicrobianos, além de itens voltados à prevenção e hidratação, incluindo soros, complexos vitamínicos e suplementos”, analisa Marcelo Vienna, vice-presidente da divisão de Varejo Fama.
Paralelamente, a categoria de higiene pessoal também teve crescimento expressivo, motivada pela procura por protetores solares e repelentes, essenciais para enfrentar as condições típicas do período.
Reajuste de preços e antecipação de compras
De acordo com Foster, esse padrão de consumo está intrinsicamente vinculado à tendência de antecipação de compras de remédios, sobretudo os de uso contínuo, motivada pelo reajuste anual de preços.
Para 2025, os aumentos foram estratificados conforme o nível de concorrência no mercado farmacêutico. A categoria Nível 1 (alta concorrência) teve ajuste máximo de 5,06%, o Nível 2 (concorrência intermediária) limitou-se a 3,83% e o 3 (baixa concorrência) registrou teto de 2,60%.
Reajuste anual de medicamentos – teto nos últimos 10 anos

Fonte: Rock Encantech
Essa hierarquização regulatória influencia diretamente as decisões de consumo. Medicamentos de marcas líderes, especialmente os do Nível 1, tendem a enfrentar maior pressão competitiva frente a genéricos e similares, que oferecem custo-benefício mais atraente.
“Por outro lado, em mercados do Nível 3, muitas vezes caracterizados por estruturas oligopolizadas, mesmo reajustes reduzidos podem representar desafios críticos à acessibilidade. Isso porque a falta de alternativas limita a capacidade de escolha do consumidor”, ressalta Vienna.
O poder dos clientes fidelizados
O levantamento ainda revela que o tíquete médio dos clientes fidelizados girou em torno de R$ 70 no trimestre, contra R$ 41 dos não fidelizados. Já o gasto médio girou em torno de R$ 128,14 (janeiro), R$ 126,48 (fevereiro) e R$ 131,62 (março).
“O consumidor que é leal, ao identificar benefícios personalizados, não apenas tende a elevar o valor médio de compra. Ele também direciona suas preferências para portfólios premium, impulsionando a rentabilidade”, alerta o gerente. Paralelamente, redes que investem no mapeamento da jornada ampliam sua capacidade de antecipar tendências e otimizar estoques, convertendo dados em decisões ágeis e mais precisas.

Fonte: Rock Encantech Perfil do shopper
Os clientes de farmácia, em sua maioria, são mulheres na faixa dos 30 a 49 anos. A presença de consumidores 60+ mantém o patamar acima de 20%, percentual significativo quando comparada à participação desse público na população brasileira.
Fonte: Rock Encantech
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/faturamento-das-farmacias-cresce-55-no-primeiro-trimestre/