Também houve crescimento de 4% nos cargos de coordenação e supervisão e de 9% em posições gerenciais
A participação de mulheres em cargos de liderança no setor farmacêutico brasileiro cresceu em 2025, segundo pesquisa da Central de Pesquisas do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), encomendada pela Iniciativa LeaderShe. O levantamento, realizado entre abril e maio com 95 indústrias que representam 73% do mercado em faturamento, trouxe uma análise detalhada sobre a presença feminina no setor.
Os dados mostram que a participação de mulheres em altos cargos de liderança aumentou 8% em relação a 2024. Também houve crescimento de 4% nos cargos de coordenação e supervisão e de 9% em posições gerenciais. As mulheres já representam 50% da força de trabalho do setor e ocupam 51% das funções de coordenação e supervisão, 47% dos cargos gerenciais e 43% das posições estratégicas, como diretorias e presidência.
Este resultado coloca o setor à frente da média nacional, onde as mulheres são 44% da força de trabalho na indústria e ocupam 39% dos cargos de liderança, segundo o IBGE. “Os números da indústria farmacêutica mostram grande progresso, com um crescimento expressivo considerando os dados de 2024. Ainda há um caminho importante a percorrer para garantir a inclusão feminina em todos os níveis decisórios, mas vemos uma tendência bastante positiva”, analisa Heloisa Simões, ChairWoman do LeaderShe.
Avanços e desafios
A pesquisa também identificou que as contratações e promoções de mulheres cresceram 7% em relação ao ano anterior, e nas posições de alta liderança (diretoria, vice-presidência e presidência) o avanço foi de 19%. Em comparação com 2024, áreas como Jurídico, Compliance e Finanças apresentaram crescimento de 11%, 11% e 4% na liderança feminina, respectivamente. Por outro lado, Marketing e Relações Governamentais registraram queda, e a presença feminina na Presidência/CEO caiu 6%.
De acordo com o relatório, áreas com maior percentual de líderes mulheres são Compliance (73%), RH (72%), Jurídico (65%), Comunicação (55%) e Assuntos Médicos (54%). Já os menores índices aparecem em Tecnologia (22%), Presidência (24%), Vendas (26%), Financeiro (30%) e Operações (34%).
A diversidade interseccional também foi analisada: 27% das mulheres no setor são negras, 9% têm mais de 50 anos e apenas 2% são pessoas com deficiência (PcD). Nos cargos de liderança, 13% são negras e 16% têm mais de 50 anos.
Medidas para inclusão
O estudo mostrou que 34% das empresas têm metas específicas para aumentar a presença de mulheres, 33% usam indicadores para medir avanços e 30% possuem programas de recrutamento direcionados. Além disso, 36% promovem iniciativas de desenvolvimento de liderança feminina, sendo 27% delas programas de mentoria.“É possível notar que as empresas estão proativamente implementando medidas concretas e estruturadas de diversidade, mas ainda há espaço para termos metas mensuráveis e indicadores de performance que transcendem o discurso tradicional. Queremos não apenas aumentar representatividade, mas construir.
