Medicamentos em supermercados: inconsistência força “Plano B”

Sem conseguir convencer governo e sociedade, varejo alimentar elabora nova estratégia

Para garantir a venda de medicamentos em supermercados, o varejo alimentar busca corrigir sua rota. Sem conseguir convencer o governo e as farmácias, o “Plano B” seria estabelecer drogarias completas dentro destes estabelecimentos. As informações são da Folha de S. Paulo.

A criação dessas “store in store” se daria tanto por marcas criadas pelos próprios supermercadistas, quanto por meio de convênios com redes já tradicionais do varejo farmacêutico.

“Plano B” para venda de medicamentos em supermercados é fruto de debate

Após debates entre as associações de ambos os setores, o conceito de “store in store” surgiu como uma alternativa à proposta de autoria do senador Efraim Filho (União-PB). Esses espaços seguiriam todas as exigências da Anvisa, como áreas exclusivas e climatizadas, além de supervisão e presença de um farmacêutico responsável.

O que muda consideravelmente é que, com essa nova abordagem, os mercados não se limitariam a vender apenas medicamentos isentos de prescrição (MIPs), e sim poderiam trabalhar com aqueles vendidos mediante receita médica (Rx).

Atualmente, hipermercados contam com farmácias, mas elas são operações independentes e devem ficar locadas “fora” do caixa. Se aprovada, a proposta permitirá que esses espações estejam dentro do estabelecimento e o pagamento será centralizado em um único checkout.

Abrafarma promete analisar proposta

Por meio de nota oficial, a Abrafarma afirmou que, assim que o texto for protocolado, irá analisar seu conteúdo e emitir seu posicionamento. A entidade também salientou que a proposta não é inovadora e em pouco difere do que já é permitido na legislação atual.

“Segundo dados divulgados pelo Conselho Federal de Farmácia na audiência pública deste dia 11, a partir de indicadores do Ranking ABRAS edição 2024 – ABRAS/Nielsen, já existem atualmente 21.420 supermercados com farmácias próprias integradas”, alega o texto.

Frase atribuída a presidente da ABRAS estremeceu relação

Outra polêmica recente envolvendo o tema diz respeito a um áudio atribuído ao presidente da ABRAS, João Galassi. Em conversa, ele disse que iria “dizimar” as farmácias, o que levou a manifestações de repúdio do setor.
Por meio das redes sociais, a Abcfarma e o Sincofarma/SP divulgaram notas de repúdio. A associação se disse “profundamente indignada” com o “tom hostil, antidemocrático e eticamente reprovável” adotado pelo executivo. Já o sindicato alertou que “não se constrói um debate público com ameaças, desrespeito e ataques a um setor essencial para a saúde da população”.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/medicamentos-em-supermercados-inconsistencia-forca-plano-b/

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