Ela deve gerar mais de US$ 350 bilhões em valor anual para o setor farmacêutico
Um estudo global da CB Insights revela o desempenho da indústria farmacêutica em relação às principais métricas relacionadas a Inteligência Artificial (IA), desde parcerias técnicas até cultura organizacional, trazendo o ranking das 50 empresas que lideram investimentos e soluções usando essa tecnologia. Entre as cinco primeiras colocações estão: Lilly, Merck, Bayer, AstraZeneca e Roche.
A IA deve gerar mais de US$ 350 bilhões em valor anual para o setor farmacêutico, já que as crescentes pressões de custos e as perdas de receita (estimadas em US$ 236 bilhões até 2030 devido ao vencimento de patentes) estão criando uma demanda urgente por desenvolvimento a um custo menor.
Em resposta, as farmacêuticas investem em IA para descobrir medicamentos mais rapidamente e enfrentar outros desafios do setor.
O estudo analisou as 50 maiores empresas farmacêuticas globais por capitalização de mercado, juntamente com suas subsidiárias. Usando dados da CB Insights sobre investimentos, aquisições, parcerias e transcrições de resultados, fez uma classificação com base em sua preparação para evoluir com o cenário de IA.
Corrida para inovação
De acordo com o relatório, o cenário da IA no setor farmacêutico foi particularmente competitivo este ano, com apenas 3,9 pontos separando a segunda colocada, Merck KGaA (70,7), da quinta colocada, Roche (66,8).
Essa concentração sinaliza que os investimentos em IA evoluíram de uma vantagem competitiva antes restrita aos líderes para um imperativo estratégico em todo o setor.
A competição é acirrada e decorre de três iniciativas de IA comuns entre as empresas de melhor desempenho:
1. Novas instalações integradas com IA
Interrupções na cadeia de suprimentos devido a tarifas e tensões geopolíticas catalisaram investimentos maciços em instalações, com quase todas as grandes empresas farmacêuticas comprometendo bilhões em novos centros de fabricação e pesquisa nos EUA e na União Europeia.
Os maiores investimentos foram da J&J, com US$ 55 bilhões; Roche, com US$ 50 bilhões; e da Eli Lilly, com US$ 27 bilhões.
Essas instalações apresentam a oportunidade de executar estratégias de transformação digital, incorporando automação, sensores de IoT e IA em seus principais fluxos de trabalho.
A integração planejada de IA abrange desde a manutenção preditiva até a otimização operacional. Essas novas instalações servirão como campo de testes para a implantação em larga escala de IA e automação nos próximos anos, com as empresas que executarem integrações de forma mais eficaz obtendo vantagens competitivas em eficiência e inovação.
2. LLMs internos
Os Large Language Modelos (LLMs) [modelos de Machine Learning usados na inteligência artificial generativa] internos se tornaram o segundo pilar da implantação de IA na indústria farmacêutica, com empresas desenvolvendo sistemas proprietários ou firmando parcerias com grandes empresas de tecnologia para permitir a automação da consulta de dados e do processamento de documentos.
Por exemplo, a plataforma Vox da Pfizer, com tecnologia da Amazon, demonstra como as empresas estão implantando essas ferramentas para uso interno de pesquisadores, enquanto empresas como Merck & Co e Bayer implementaram sistemas abrangentes de LLM em suas unidades de negócios.
3. Plataformas de descoberta de medicamentos
De acordo com o estudo, as 10 maiores empresas desenvolveram sistemas internos de IA para analisar dados, prever interações entre medicamentos e alvos e orientar o design experimental.
Dente os exemplos estão a plataforma CodonBERT, da Sanofi, para auxiliar no design de mRNA, e a plataforma ARCH, da AbbVie, para consolidar dados e auxiliar na descoberta de alvos.
O relatório da CB Insights conclui que a IA deixou de ser vista como uma tecnologia emergente. A disputa entre as principais indústrias farmacêuticas reflete essa nova realidade: não se trata mais de se preparar para a IA, mas de não ficar para trás em sua aplicação.
Parcerias estratégicas
Os líderes em IA na indústria farmacêutica investem também em estratégias complementares de alocação de capital e alianças estratégicas. Lilly e Merck KGaA lideram em investimentos (13 e 10, respectivamente, desde agosto de 2023), enquanto Roche e Bayer dominam as relações comerciais (22 e 21, respectivamente).
A colaboração externa impulsiona as primeiras posições, já que inovações revolucionárias emergem cada vez mais de parcerias, em vez de apenas desenvolvimento interno.
A oncologia se consolidou como a principal prioridade para parcerias de IA na indústria farmacêutica. Este campo representa um terço de todas as parcerias, com as principais startups colaborando com grandes empresas farmacêuticas em todo o espectro de cuidados, desde a caracterização de tumores até o monitoramento de pacientes.
Confira o ranking das 50 indústrias farmacêuticas líderes em IA
Fonte: CB Insights
Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/ranking-revela-as-50-industrias-farmaceuticas-lideres-em-ia/
