Apesar do ritmo menor em relação a 2021 e ao início deste ano, a oferta de empregos em farmácias segue aquecida com a abertura de mais de 4 mil vagas. Mas o salário… Os dados são da plataforma InfoJobs, parceira do Panorama Farmacêutico em uma seção dedicada à divulgação de oportunidades de trabalho no setor.
Atualmente, 4.158 vagas estão disponíveis nas drogarias de redes e nos PDVs independentes, sendo que 71% dos postos de trabalho são voltados a profissionais com maior nível de especialidade – técnicos de farmácia e farmacêuticos. Já 25% dos empregos têm como foco assistentes e auxiliares.
A pandemia contribuiu para ampliar a oferta de serviços clínicos nas lojas, o que exige um reforço nas equipes de farmacêuticos e técnicos. Os técnicos, por sua vez, vêm sendo mais requisitados para auxiliar a farmácia em tarefas como monitoramento de estoque e dispensação, manipulação e controle de qualidade de medicamentos.
“Mas com esse grupo empenhado no atendimento aos pacientes, a contratação de equipes de apoio também se faz necessária”, argumenta Ana Paula Prado, gerente nacional da Infojobs.
Empregos em farmácias tiveram boom até janeiro
Os empregos em farmácias registraram um boom que se manifestou até janeiro deste ano, quando 21.209 vagas estavam abertas. Há exatos 12 meses, em julho de 2021, a oferta chegava a 13.902.
Os números ratificam a consolidação dos PDVs farmacêuticos como centros de atenção primária à saúde – só o volume de testes rápidos da Covid-19 ultrapassou 18 milhões desde a implementação do serviço, em abril de 2020.
O salário ó!
Embora mais pessoas estejam conseguindo empregos em farmácias com carteira assinada, as remunerações seguem um viés de queda. Esse contexto vem motivando mobilizações dos trabalhadores, como a que reivindica um piso salarial de R$ 6,5 mil para farmacêuticos em todo território nacional.
Se em julho de 2021, os salários até R$ 2 mil correspondiam a apenas 10% das vagas para farmacêuticos, agora representam 43% dos empregos. No caso dos técnicos, esse percentual saltou de 17% para 39%. Somente 1% dos postos para esses profissionais têm valores acima de R$ 10 mil.
A situação fica ainda mais explícita entre assistentes/auxiliares e balconistas, com 100% dos salários a combinar. “A realidade do varejo farmacêutico não parece muito diferente do atual cenário do mercado de trabalho no Brasil. Existe oferta, mas as remunerações estão precarizadas”, admite Ana Paula.
Vagas para altos executivos
A procura por líderes também segue no radar do setor farmacêutico. A consultoria de recrutamento Robert Walters vem detectando um aquecimento na demanda por altos executivos. “A pandemia serviu de estímulo para aquecer esse processo especialmente em praças como Minas Gerais, base de muitas redes associativistas e distribuidoras”, relata o gerente sênior Lucas Padilha. Entre os executivos mais desejados estão aqueles capazes de unir atributos técnicos com um olhar cuidadoso para a gestão de pessoas.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico