Fito e naturais conheça as diferenças

Para dispensar corretamente, o farmacêutico precisa conhecer as diferenças entre medicamentos homeopáticos, fitoterápicos e chás medicinais

Dentro do extenso leque de medicamentos e produtos trabalhados no varejo farmacêutico, outras classes de medicamentos estão ganhando espaço e demandando mais conhecimento dos farmacêuticos.

Medicamentos homeopáticos, fitoterápicos, antroposóficos, além dos chás medicinais são uma realidade na cesta de compras e preferência do shopper. Escolhas que estão relacionadas ao estilo de vida e a busca por alternativas à medicina tradicional. Mas e quando o shopper chega ao ponto de venda e precisa saber mais sobre esses produtos? A resposta é simples: os colaboradores da farmácia precisam estar preparados e munidos de informações.

A seguir, o Guia da Farmácia explica, com exclusividade, o que são e as indicações de cada um desses segmentos.

Medicamentos antroposóficos

Os medicamentos antroposóficos são concebidos, desenvolvidos e produzidos de acordo com a visão antroposófica do ser humano e da natureza. “São produzidos de acordo com os princípios e processos farmacêuticos antroposóficos. Alguns dos quais são compartilhados com a homeopatia e outros são específicos da Antroposofia”, explica a Médica antroposófica e diretora da Associação Brasileira de Medicina Antroposófica – Regional São Paulo (ABMA SP), Dra. Eliane Carapeba Rodrigues Follador.

Segundo ela, eles são produzidos a partir de substâncias minerais, vegetais e animais e podem ser manufaturados na indústria ou compostos individualmente de acordo com a prescrição do médico. “São diluídos, dinamizados e regulamentados pela Anvisa.  A sua qualidade é controlada pelos critérios e parâmetros da farmacopeia oficial”, diz.

A Dra Eliane ainda explica que a Medicina Antroposófica é um sistema de tratamento que apoia e complementa a medicina convencional com uma variedade de recursos terapêuticos. “Os medicamentos antroposóficos são utilizados em doenças agudas e crônicas. Além disso, a segurança dos produtos médicos antroposóficos está bem documentada”, afirma.

Medicamentos fitoterápicos

O fitoterápico é o produto obtido da planta medicinal, ou de seus derivados. Exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa. Entretanto o medicamento fitoterápico é aquele obtido com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia seja baseada em evidências clínicas e que seja caracterizado pela constância de sua qualidade. A informação é da farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Universidade de São Paulo (FARMUSP), Dra. Maria Aparecida Nicoletti.

Segundo ela, esse medicamento é obtido a partir de plantas medicinais ou de substâncias vegetais ativas. “Eles são usados para prevenir, tratar ou aliviar sintomas de diversas condições de saúde. Além disso, são baseados no uso tradicional ou em evidências científicas de suas propriedades medicinais”, explica. Ela ainda diz que o produto tradicional fitoterápico é aquele obtido com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais. Cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica. E que ainda seja concebido para ser utilizado sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização.

Chás medicinais

Os chás medicinais são preparações feitas com ervas e plantas medicinais. “A planta medicinal é aquela selecionada, silvestre ou cultivada, utilizada popularmente para o tratamento de doenças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é toda e qualquer planta contendo substâncias que possam ser usadas para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico normal ou patológico e que possa servir como fonte de fitofármacos e de seus precursores para síntese químico-farmacêutica”, comenta o farmacêutico naturopata, pós graduado em Ciências Homeopáticas, Jamar Tejada.

Ele ainda diz que ao se comparar os efeitos de um chá de (infusão) de valeriana e um comprimido de valeriana, que atua nos distúrbios do sono e controle da ansiedade, por exemplo, o chá teria uma menor eficácia comparada ao uso do extrato da valeriana em cápsulas. Uma vez que esse tem uma maior ação terapêutica. “Ou seja, o efeito acontece nos dois., mas o extrato é bem mais eficaz porque possui ativos fitoquímicos padronizados, diferente do chá que não há padronização”, diz.

Medicamentos homeopáticos

A homeopatia é definida pelo Ministério da Saúde como uma abordagem médico-terapêutica complementar, de base vitalista, cujo modelo de atenção está organizado de maneira transdisciplinar, buscando a integralidade do cuidado em saúde. “Para a homeopatia, a doença é a manifestação do desequilíbrio não compensado da energia vital”, comenta Tejada. Ele ainda diz que os medicamentos homeopáticos possuem diversas origens (inclusive sintética) e atuam de acordo com a lei dos semelhantes, sendo indicados pela semelhança entre os sintomas patogenéticos e os sintomas do paciente. ‘Sua indicação é baseada na analogia entre os sintomas encontrados no paciente e o processo da substância na natureza”, destaca.

Ainda segundo Tejada, na homeopatia, o medicamento não provoca uma reação do organismo para combater a doença. “Ele incentiva para que o próprio corpo seja ativo neste processo e estimula para que todo o organismo trabalhe bem e restabeleça o seu bom funcionamento”, finaliza.

Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/exclusivo-fito-e-naturais-conheca-as-diferencas/

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