Libbs inicia nova fase de programa de inovação aberta e amplia investimentos em startups

Com a participação de mais de 200 startups, programa Linna tem como objetivo desenvolver soluções inovadoras sob medida para a companhia farmacêutica e seus clientes

Em atuação no Brasil há mais de 60 anos, a farmacêutica Libbs acaba de iniciar mais uma edição do seu programa de inovação aberta Linna, que está em seu terceiro ano e vai até abril de 2024. O projeto, que propõe cinco desafios na área de tecnologia de saúde, é uma das estratégias da empresa para incorporar inovação em seus processos e produtos.

No ano passado, a companhia, que produz mais de 50 milhões de unidades de medicamentos ao ano, investiu R$ 139 milhões em inovação – para 2023, prevê um valor ainda maior. “Neste ano, a meta é investir pelo menos o dobro, com R$ 80 milhões já empregados até o momento”, diz a diretora de Novos Negócios da companhia, Anna Guembes.

O investimento em inovação se torna ainda mais necessário em um mercado que segue em expansão, apesar do fim da demanda emergencial gerada pela pandemia de Covid-19. No ano passado, a indústria farmacêutica brasileira movimentou certa de US$ 20,70 bilhões, 22% a mais do que em 2021, segundo o IQVIA. 

De acordo com a Libbs, os investimentos em inovação têm se refletido em lucro. Dados da companhia indicam que, em 2022, foram registrados R$ 2,79 bilhões de faturamento bruto – valor 15,4% maior que em 2021. A projeção para 2023 não foi divulgada.

Necessidades dos pacientes

Em 2023, um Comitê de Inovação, composto por um time multidisciplinar, foi especialmente criado para estabelecer os cinco desafios. “A proposta é atender não só as necessidades da empresa, mas também dos pacientes”, diz Anna. Para ajudar na seleção, a empresa faz um mapeamento das dificuldades que atingem os diversos setores da companhia e investiga se há ou não uma solução pronta no mercado, ou uma possibilidade de resolução interna.

No total, 221 startups se inscreveram no programa. A maior parte delas, 75, se propõem a usar a nanotecnologia para tornar os medicamentos mais efetivos e seguros. Outras 59 têm como objetivo melhorar a produtividade para garantir a disponibilidade de medicamentos aos pacientes. As demais focam nos últimos desafios ligados às áreas de gestão, estoque de produtos e otimização dos tratamentos.

Antes do Linna, a empresa fazia parcerias com startups apenas no segmento de produtos. A criação do programa ampliou as possibilidades da inovação aberta e garantiu um suporte maior para as startups, que puderam assim dar conta de atender demandas mais complexas.

“Muitas vezes, as áreas que precisam de parcerias com startups, scale-ups e pequenas empresas não têm o conhecimento necessário de processos e de documentação, e não sabem como funciona um projeto piloto. Além disso, é comum que exista um distanciamento entre uma linguagem mais técnica da Libbs e a da startup. É aí que o Linna atua, como um facilitador”, afirma a executiva.

Nas edições anteriores, realizadas em 2021 e 2022, a Libbs recebeu inscrições de 349 startups. Oito foram selecionadas para atuar em parceria com a farmacêutica. Em 2022, a startup Paytrack trouxe à empresa uma solução para a gestão de viagens corporativas. Anteriormente, a compra de passagens na empresa era feita de forma descentralizada, sem previsão de preços e com muitos imprevistos. Depois de ter um projeto piloto aprovado, a startup prepara a implementação da solução.

Outra solução veio da startup Minerva, que conseguiu identificar de maneira preditiva possíveis falhas nos equipamentos de produção. “Foi um investimento valioso”, diz a diretora de Novos Negócios.

Utilização de IA

O programa Linna também permitiu à Libbs ampliar o uso da inteligência artificial (IA) nos seus processos internos. A startup Nuveo desenvolveu uma tecnologia para identificar o momento exato de sanitização das luvas. Ainda em implementação, o sistema conta com câmeras que monitoram o movimento dos funcionários, indicando a hora certa de fazer a higienização.

“A IA já está presente no desenvolvimento farmacotécnico e em outras atividades, mas sabemos que as ferramentas têm avançado em uma velocidade muito rápida e entendemos que precisamos entrar em contato com avanços como o ChatGPT, por exemplo” acrescenta a executiva.

Apesar de a inovação estar presente em outros setores da empresa, as ações mais disruptivas estão concentradas na área de Desenvolvimento do Negócio e Inovação, que é o setor responsável pelos novos produtos. Na divisão, há a inovação incremental – que são melhorias em produtos já existentes –, e a inovação disruptiva, por meio de parcerias com empresas já estabelecidas, como a companhia belga Mithra, que vai lançar junto com a Libbs em 2024 o Nextela, contraceptivo inédito no Brasil, explica Guembes.
Fonte: https://epocanegocios.globo.com/empresas/noticia/2023/08/libbs-inicia-nova-fase-de-programa-de-inovacao-aberta-e-amplia-investimentos-em-startups.ghtml

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