Principais tendências da indústria farmacêutica no metaverso

O metaverso deve movimentar cerca de U$ 400 bilhões até 2025

Ao passo que surgem novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), especialistas, pesquisadores e entusiastas discutem qual será essa nova revolução.

Quem tem seguido as tendências tecnológicas e digitais já sabe que é o metaverso.

Com o domínio da internet e criação de avatares animados, é possível fazer todo tipo de interatividade em ambientes virtuais personalizados, seja utilizando o metaverso ou inteligência artificial. 

No passado, toda vez que uma tecnologia atingia esse nível de estabilidade, outra nova tecnologia chega para substituí-la (exemplos: Fita Cassete -> CD, CD -> DVD, DVD -> Blu-Ray e assim por diante), e a pergunta que surge é: o que vem para substituir a internet? Vamos continuar usando uma rede mundial que transfere dados por cabos submarinos intercontinentais e até satélites suborbitais (Starlink), mas que tal se a mudança vier na forma como experimentamos essa internet?

O metaverso é esta nova forma. Um ambiente virtual imersivo onde as pessoas se conectam para fazer atividades em seu dia a dia: trabalhar, se reunir, participar de eventos, conhecer pessoas, criar novos produtos.

Muitas pessoas ainda acham que o metaverso é exclusivo do mercado de games, quando na verdade já existem aplicações nos mais diversos segmentos: financeiro, imobiliário, eventos, educação e incluindo a indústria farmacêutica.

O mercado farmacêutico deve crescer aproximadamente 10% em 2023, de acordo com dados da pesquisa “Benchmarking de Expectativas da Indústria Farmacêutica 2022-2023” apresentados no Fórum Expectativas 2023, realizado pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) em junho de 2022, é indispensável que o setor esteja alinhado às tendências tecnológicas.

De olho nos impactos do metaverso na área da saúde, o Sindusfarma convidou o especialista em negócios digitais, novas tecnologias, metaverso e professor de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV), Kenneth Corrêa, para o Workshop “A indústria Farmacêutica e o Metaverso na prática”.

O encontro, que aconteceu em dezembro último, tratou de apresentar os conceitos e as possíveis estratégias envolvendo o metaverso e sua utilização nas empresas, além de proporcionar uma experiência imersiva aos participantes do workshop.

“Neste encontro apresentei várias atuais aplicações e de que forma empresas dos mais variados segmentos estão utilizando o metaverso para: treinar seus representantes, apresentar novos produtos a médicos e profissionais de saúde, realizar congressos e eventos técnicos, criar ambientes de educação para seus consumidores, entre outras possibilidades. E aproveitei para proporcionar uma experiência imersiva com o uso de um óculos de realidade virtual, o Meta Quest 2, que é o óculos que utilizo em minhas experiências com a ferramenta”, explica, então, Corrêa.

A experiência permitiu aos participantes viver uma experiência customizada, com exemplos de aplicações destinadas ao uso médico, hospitalar e clínico existentes no ambiente imersivo.

Última tendência

Esta tendência do metaverso na indústria farmacêutica vem sendo observada com atenção pelos gestores e atuantes na área, e não seria diferente com o Sindusfarma.

Para a entidade, o objetivo é empoderar profissionais da indústria farmacêutica a criar experiências em ambiente de metaverso. Além disso, é importante considerar os números relacionados à tecnologia.

De acordo com os dados da Boston Consulting Group (BCG), o metaverso deve movimentar cerca de U$ 400 bilhões até 2025 e de acordo com o relatório da empresa de consultoria em tecnologia, Gartner até 2026, 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso para trabalho, compras, educação, social e/ou entretenimento. Em escala mundial, a instituição estima que até 2026, 30% das organizações do mundo terão produtos e serviços prontos para o metaverso.

Neste sentido, para Corrêa, nunca custou tão caro chegar por último. “As empresas não podem demorar para entender o metaverso ao mesmo tempo que levaram para perceber que deveriam estar investindo no e-commerce e na transformação digital. A velocidade das transformações é cada vez mais alta. Portanto, quem desejar estar à frente, protagonizar a curva de tecnologia, tem que ser um dos primeiros a chegar”, concluiu.

Caminhos da indústria farmacêutica no metaverso

Considerando, portanto, que a nova geração tecnológica tem como principal foco o ser humano, seu bem-estar e as experiências de compra, o especialista recomenda alguns caminhos para que as marcas do segmento possam aproveitar, desde já, as possibilidades do metaverso.

  1. Eventos: lançamentos de produtos, reuniões de especialistas, congressos em realidade virtual + transmissão ao vivo;
  2. Apresentação de medicamentos: farmacologia, ação, metabolismo;
  3. Treinamentos técnicos: cirurgias, exames, enfermagem, anatomia;
  4. Objetos 3D: para visitas médicas, produção de vídeos e materiais de apresentação de produtos, treinamentos de representantes;
  5. Realidade aumentada: criação de camadas de visualização de dados durante procedimentos cirúrgicos e atendimentos ambulatoriais;
  6. Terapias Digitais (DTx): desenvolvimento de experiências como tratamento (em realidade virtual) e conteúdos educacionais para pacientes crônicos, telemedicina em metaverso (especialmente saúde mental e fisioterapia);
  7. Adesão a tratamentos: experiências gamificadas com conteúdos e atividades onde o paciente pontua e disputa;
  8. Cirurgia: planejamento e treinamento cirúrgico, cirurgias virtuais colaborativas;
  9. Grupos de pacientes: ambientes para estabelecer relacionamento com pacientes;
  10. Metaverso da marca: criação de espaço personalizado, com experiências diversas para consumidor final e profissionais de saúde;
  11. Gêmeos digitais humanos: plataforma de saúde para acompanhamento de resultados de exames e testes genéticos.

Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/principais-tendencias-da-industria-farmaceutica-no-metaverso

Compartilhe: