O Close-Up divulgou que a projeção de crescimento em unidades em 2022 é de 6,6% e para 2023, 4,5%
Aconteceu hoje (27), a 8ª edição do Outlook, evento realizado pelo Close-Up internacional, que completou 54 anos este mês. O encontro aconteceu em São Paulo e contou com a abertura do vice-presidente do Close- Up International, Paulo Paiva, que falou sobre os principais motivos do crescimento do mercado e do cenário atual do varejo.
“Analisando o varejo brasileiro, vemos que 10% do que se vende são genéricos, 22% são medicamentos referência ou originadores, 22% similares, 16% OTC e 30% de não medicamentos. As redes e as grandes redes voltaram a crescer no País, com crescimento de 18%, enquanto as independentes cresceram 14,8%. Entretanto, a inflação continua alta, sendo uma oportunidade para usar o estoque como estratégia, pois uma boa gestão gera conquistas importantes e incorpora competitividade, além de trazer melhor controle de custos. A alta inflação também gera um baixo número de concorrentes, incorporando melhores margens”, resume Paiva.
O Close-Up divulgou que a projeção de crescimento em unidades em 2022 é de 6,6% e para 2023, 4,5%, porque o item Covid-19 diminuiu e a inflação impacta o poder de compra da população, freando o crescimento. Já em valores, a estimativa para 2022 é de 15%, 9,3% para 2023 pelos mesmos motivos e 9,3% para 2024.
“Se tivermos um maior controle da inflação 2023 e 2024 serão melhores, e também se todos os produtos que estão para entrar no mercado, chegarem, também teremos uma mudança nessa curva. O desabastecimento, a redução de renda da população, a redução de gasto público com saúde e a inflação são hoje os grandes freios para o mercado crescer em toda América Latina. Esses fatores geram impactos importantes e freiam os gastos em saúde no curto prazo. O varejo ainda cresce e parte desse crescimento é por preço e inflação”, explica o executivo, que estimou um aumento de preços para o próximo ano de cerca de 6% a 7%.
No MAT 09/2022 o varejo brasileiro cresceu 7,8% em unidades e 14% em reais com desconto, onde MPX perde relevância em unidades e valores no período previsto. Já o não medicamento é a categoria de maior ganho de relevância tanto em unidades quanto em valores.
Além disso, houve um aumento de 5,6% no número de pontos de venda, de 92.133 em 2021, para 97.263 em 2022. No período, foram 8.830 lojas independentes abertas e 4.970 fechadas, totalizando 69.915 unidades.
“Não existem mais grandes diferenças entre farmácias que tem exclusivos, que tem marca, que tem OTC, pois vemos uma linha muito parecida. O que mudará no termo de ganho de um e de outro é o sortimento, o atendimento, o serviço e o preço. Já vemos as grandes redes investindo muito em serviço, em atendimento médico remoto, oferecendo vacinas, e outros tipos de serviço e isso é uma nova oportunidade que está surgindo”, alerta Paiva.
De acordo com o Close-Up, farmácias independentes crescem e devem continuar crescendo acima da média, fortalecendo o papel do distribuidor no mercado. Já as associativistas têm performance consistente tanto em expansão como em lojas maduras, também favorecendo o papel dos distribuidores novamente. As redes seguem liderando a venda média por loja e capturando o crescimento do digital, que representa quase 20% do crescimento das grandes redes.
“É preciso prestar atenção na quantidade de SKUs que você oferece na sua farmácia, pois a amplitude de sortimento é central na performance de venda média por loja. Cerca de onze mil SKUs é um bom número para se se perseguir por loja, com mais ou menos 3,7 mil SKUs de MPX, 1,2 mil SKUs de MIPs e 6 mil SKUs de não medicamentos. Já quando se agrupa sortimento médio nas grandes redes e não nas lojas, o número salta para a casa dos 20 mil SKUs. Então, a distribuição tem que ser capaz de oferecer sortimento compatível com este desafio”, explicou o palestrante Ivan Engel, destacando que atualmente os MPX ainda representam 55% do lucro bruto do varejo e os MIPs têm as margens mais altas entre os tipos de mercado.
Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/varejo-farmaceutico-deve-crescer-93-em-valores-em-2024/