Venda de repelentes dispara e cresce quase cinco vezes diante de surto de dengue no Brasil

Ministério da Saúde reportou mais de 500 mil casos prováveis da doença, quase quatro vezes mais do que no mesmo período de 2023

O Ministério da Saúde reportou neste ano mais de 500 mil casos prováveis de dengue, quase quatro vezes mais do que o registrado no mesmo período de 2023, que totalizou cerca de 128 mil casos. Com o agravamento da situação, as vendas de repelentes, utilizados para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, dispararam nas maiores redes farmacêuticas do País.

A maior rede de drogarias do Brasil registrou crescimento de 450% nas vendas de repelentes de novembro de 2023 a janeiro de 2024. Na primeira semana de fevereiro, esse aumento foi ainda mais expressivo, com um salto de 120% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Outro grupo, detentor de duas bandeiras de drogarias, a segunda maior rede do segmento em termos de faturamento, também acompanhou esse movimento. As vendas diárias de repelentes em fevereiro de 2024 registraram alta de 138% em comparação com o mesmo período de 2023.

Orientações cruciais para o uso de repelentes

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) salienta que o repelente deve ser aplicado exclusivamente nas partes do corpo expostas, seguindo as instruções do fabricante, a menos que as orientações permitam sua aplicação na roupa. Além disso, a Anvisa adverte que não há produtos de uso oral, como comprimidos ou vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito.

Não é recomendado uso de repelentes sem orientação médica para crianças, especialmente aquelas com menos de 2 anos. Para faixas etárias entre dois e 12 anos, a Anvisa recomenda optar por produtos com concentração de até 10% de DEET ou icaridina. O IR3535 e a icaridina 10% podem ser utilizados em crianças com mais de seis meses, e a Academia Americana de Pediatria libera o uso de icaridina 10% em crianças acima de três meses.

Segundo a dermatologista Patricia Karla de Souza, do Hospital Israelita Albert Einstein e da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os melhores repelentes contêm os princípios ativos icaridina ou DEET. Ela explica que “os insetos são atraídos à nossa pele pelos diversos odores, e os repelentes alteram essa percepção do cheiro que os insetos têm da nossa pele”.

Segundo Patricia, todos os repelentes aprovados são eficazes, porém os à base de icaridina 25% têm maior tempo de ação, cerca de 12 horas. Contudo, o uso correto do repelente é o mais importante. A médica ainda alerta que é essencial ter cautela ao aplicar repelentes em áreas sensíveis como olhos, boca e nariz, que podem se irritar facilmente.

Além disso, a dermatologista ressalta que não há evidências científicas que comprovem a eficácia de produtos naturais como repelentes. A Anvisa também destaca que não há comprovação de eficácia para produtos de princípio ativo natural, como citronela, andiroba e cravo da índia.

Cuidados na aplicação e escolha do repelente

Segundo a Anvisa, é crucial seguir as orientações de aplicação de repelentes, tais como:

• Aplicar nas áreas expostas do corpo;

• Realizar a reaplicação conforme indicação do fabricante;

• No caso de aplicação do spray no rosto ou em crianças, é recomendável espirrar o produto primeiro na mão e depois espalhar no rosto da criança, lembrando sempre de lavar as mãos com água e sabão após a aplicação;

• Em caso de contato com os olhos, é importante lavar imediatamente a área com água corrente.

A dermatologista Patricia Karla de Souza destaca também que, diante da diversidade de opções disponíveis em supermercados e farmácias, com diferentes formatos e preços, “é fundamental escolher o repelente mais adequado às necessidades individuais,”. A especialista recomenda ainda que as orientações de uso sejam seguidas rigorosamente para garantir proteção eficaz contra o mosquito transmissor da dengue.

Fonte: https://noticias.r7.com/economia/aumento-de-casos-de-dengue-no-brasil-impulsiona-vendas-de-repelentes-descubra-como-utiliza-los-19022024

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