Marcos Lisboa apresenta situações que fazem com que a economia do Brasil cresça menos do que deveria

Marcos Lisboa apresenta situações que fazem com que a economia do Brasil cresça menos do que deveria

Maio 2023 – A Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) promoveu uma apresentação sobre o cenário político e econômico a longo prazo durante o Encontro de Líderes 2023.

“Vivemos um período de grandes incertezas econômicas provocadas por inflação, juros altos e diretrizes do novo governo, que ainda não estão muito claras. Externamente nós somos impactados de alguma forma pela guerra na Ucrânia, que infelizmente está completando um ano, as incertezas das nossas medidas econômicas que estão por vir, tudo isso preocupa diversos setores e é muito importante que todos estejam preparados para saber lidar com as adversidades”, acredita o presidente da Abradilan, Jony Sousa.

Para trazer todo este contexto e explicar como o histórico econômico do País pode impactar os seus negócios, o economista, diretor e presidente do Insper, Marcos Lisboa, apresentou o que aconteceu com o Brasil ao longo dos anos, aos associados, sócios colaboradores e convidados da Abradilan, presentes na Plenária Cantareira, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), no último dia 15 de março de 2023.

Ele começou fazendo um questionamento: “O que acontece com o Brasil?” Segundo Lisboa, para superar um problema, é preciso olhar para o problema. “E acho que isso é uma evidência de país grande, porque a gente só olha para dentro e não faz a comparação com o que acontece fora, isso é um problema, não conhecer o que os demais estão fazendo.”

É muito comum no Brasil você celebrar a queda da pobreza que aconteceu nos anos 2.000, caiu de 15% para 5%, mas quando você olha o mundo, você vê que não houve nada de especial. “A América Latina caiu igual, isso aconteceu em todos os países da América Latina, não foi a gente que tomou medidas diferentes, e no mundo, nos países emergentes, caiu muito mais, de 35% para 5%, eu acho que acompanhar o que acontece fora do nosso negócio e fora do nosso país é fundamental para ver se a gente fez algo realmente diferente, se poderíamos ter feito melhor do que os outros estão fazendo?” 

Lisboa pontuou que o Brasil é um país de altos e baixos, tem alguns anos com muito crescimento, e anos de crise grave. Nos países emergentes, renda média, os anos ruins não são tão ruins, mas os anos bons são muito bons, na média eles crescem acima de 3%, é um número muito grande. “Um traço dos países pobres é ter ano ruim, muito frequentemente, quem vai mal, vai muito mal; e quando vai bem, vai mais ou menos, o crescimento é muito baixo. E o Brasil é um país de renda média com o comportamento de um país pobre, ou seja, no final das contas, o crescimento é medíocre.” 

Quando se compara os dados dos micro setores, o que se aprende é que o Brasil não é pobre porque ele faz as coisas erradas, há uma diferença de 60% de produtividade comparado com a Inglaterra e com os Estados Unidos, por exemplo. A grande razão pela qual o Brasil é um país pobre é que fazemos pior do que o resto do mundo, em praticamente todos os setores. “Algumas coisas a gente faz bem, no setor de tecnologia, no agronegócio, mas em geral, quando se olha para a maioria dos setores, o Brasil tem um desempenho pior do que outros países, e por que isso? A distância entre as empresas mais eficientes e menos eficientes em cada setor em um país rico é pequena, mas em países emergentes como o Brasil, é muito grande.” 

As empresas que dão certo crescem porque sabem inovar, ficam mais eficientes, e essas que crescem são copiadas e os novos métodos de gestão se espalham pela economia. “A política pública é muito mal desenhada no Brasil, existem técnicas para você avaliar impactos, não são triviais, isso vale para o setor privado também, eles usam pouco essas técnicas. Se eu quero avaliar se algo dá certo, como faço? Faz como a Medicina, experimentos de controle, vocês conhecem? Não é assim que desenvolvem medicamentos? Pessoas, 500 para a esquerda, 500 para a direita, uns recebem droga e outros placebo, funcionou? Faz mais. Não dá pra fazer experimentos nesse caso? Dá pra fazer coisas parecidas, tem tanta coisa pra fazer, o setor privado do Brasil faz pouco e o privado, nada.” 

Termino como comecei nesse trecho, avaliar a política ou desejo de fazer alguma coisa pelo sintoma, tô com febre, coloca no freezer, não é assim, tem que fazer diagnóstico, no Brasil não fazem diagnóstico, primeiro estuda a causa do problema, não vai direto para o tratamento, depois vai custar caro, e a conta vai ser paga por nós. Antes de propor a política pública, faz uma análise técnica da causa do problema, depois disso, saiba o que é feito no resto do mundo, estuda no mundo, tem testes? Micro dados? Não, a gente não faz nada disso.

___________

SOBRE A ABRADILAN (www.abradilan.com.br)

Constituída em 1998, a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) é formada por empresas distribuidoras de medicamentos, produtos para a saúde, artigos de higiene pessoal e cosméticos no mercado. Com cerca de 160 empresas associadas, tem como missão contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento do mercado e de seus membros, promovendo a melhoria contínua e eficaz de seus serviços.

___________

ASSESSORIA DE IMPRENSA

Lígia Favoretto Comunicação & Assessoria

ligia@ligiafavoretto.com.br

(11) 99150-2552

Compartilhe: